Breve explanação
Bacharelado em Artes Visuais - UFRGS, 2010.
Os trabalhos apresentados são resultados da pesquisa desenvolvida inicialmente em torno de composições no plano, das questões da pintura, onde as camadas de cor são feitas de camadas de tecido sobrepostos, e as profundidades, sobreposições, vazios e deslocamentos são feitos com os tecidos, e não com simulações de perspectivas ou sombreados. As colagens de Matisse são uma referência, suas reflexões quando explicava que pintava superfícies de papel para depois, com a tesoura, "desenhar" as formas para então compor os trabalhos. Também me inspira Helio Oiticica quando pensa na cor e na pintura em seus parangolés em movimento. Ao longo do processo, os trabalhos foram transformando-se, inevitavelmente, em objetos tridimensionais, e alguns em esculturas. Uma experiência mais espacial, que permitia a entrada e o toque das pessoas, assim como um desdobramento para vestir, foram temporariamente deixados de lado. São alguns dos desdobramento que penso em explorar.
O material escolhido foi o tecido, que empilhado pode ser manipulado com costuras recortes com tesoura ou bisturi, e assim provocar deslocamentos, dobras, e as mais diversas operações, aproveitando não só suas cores e estampas, como sua maleabilidade.
Ainda sobre sua forma, escolhi como elo de ligação entre as experiências e também como limite de atuação, a predominância de formas mais quadradas, linhas mais retas, verticais e horizontais, tanto para dar mais visibilidade para os volumes e operações desempenhadas no processo, como para contrastar com as texturas e estampas extremamente variadas.
Os tecidos, utilizados em sua ampla variedade de texturas, cores e estampas, evidenciam a disponibilidade de itens de consumo no mercado, que exploro junto à idéia de reaproveitamento, reciclagem de materiais, quando uso também retalhos, assuntos que permeiam nosso cotidiano.
O uso de material não tradicional no universo da arte, do que está disponível em casa, assim como da máquina de costura, deslocando-os para o universo da arte, e de tecidos com texturas e estampas que remetem ao universo tradicionalmente feminino, simbolizam e pensam o deslocamento da mulher de seu ambiente doméstico para o meio intelectual e profissional, e as incongruências nos papéis sociais que permeiam o estágio atual desse deslocamento após mais de três décadas do surgimento do feminismo. Nesse aspecto, uma grande influência é da artista francesa Annette Messager, notadamente quando diz olhar para a imensidão de elementos que compõem nossa personalidade comparável a um imenso patchwork.
Em julho de 2010.
Os trabalhos apresentados são resultados da pesquisa desenvolvida inicialmente em torno de composições no plano, das questões da pintura, onde as camadas de cor são feitas de camadas de tecido sobrepostos, e as profundidades, sobreposições, vazios e deslocamentos são feitos com os tecidos, e não com simulações de perspectivas ou sombreados. As colagens de Matisse são uma referência, suas reflexões quando explicava que pintava superfícies de papel para depois, com a tesoura, "desenhar" as formas para então compor os trabalhos. Também me inspira Helio Oiticica quando pensa na cor e na pintura em seus parangolés em movimento. Ao longo do processo, os trabalhos foram transformando-se, inevitavelmente, em objetos tridimensionais, e alguns em esculturas. Uma experiência mais espacial, que permitia a entrada e o toque das pessoas, assim como um desdobramento para vestir, foram temporariamente deixados de lado. São alguns dos desdobramento que penso em explorar.
O material escolhido foi o tecido, que empilhado pode ser manipulado com costuras recortes com tesoura ou bisturi, e assim provocar deslocamentos, dobras, e as mais diversas operações, aproveitando não só suas cores e estampas, como sua maleabilidade.
Ainda sobre sua forma, escolhi como elo de ligação entre as experiências e também como limite de atuação, a predominância de formas mais quadradas, linhas mais retas, verticais e horizontais, tanto para dar mais visibilidade para os volumes e operações desempenhadas no processo, como para contrastar com as texturas e estampas extremamente variadas.
Os tecidos, utilizados em sua ampla variedade de texturas, cores e estampas, evidenciam a disponibilidade de itens de consumo no mercado, que exploro junto à idéia de reaproveitamento, reciclagem de materiais, quando uso também retalhos, assuntos que permeiam nosso cotidiano.
O uso de material não tradicional no universo da arte, do que está disponível em casa, assim como da máquina de costura, deslocando-os para o universo da arte, e de tecidos com texturas e estampas que remetem ao universo tradicionalmente feminino, simbolizam e pensam o deslocamento da mulher de seu ambiente doméstico para o meio intelectual e profissional, e as incongruências nos papéis sociais que permeiam o estágio atual desse deslocamento após mais de três décadas do surgimento do feminismo. Nesse aspecto, uma grande influência é da artista francesa Annette Messager, notadamente quando diz olhar para a imensidão de elementos que compõem nossa personalidade comparável a um imenso patchwork.
Em julho de 2010.